No meio da noite
Engraçado como as lágrimas já não
correm, se calam. Entre um suspiro e outro, se exaltam e vêm à superfície
exibindo toda a dor contida. Mas já nem dói tanto. Já não sou uma menina que se
abala facilmente; pareço entender o processo de endurecimento. A pele vai dando
lugar a escamas grossas, tão grossas que não se assemelham às escamas, mas
levam esse nome por falta de uma imagem melhor. É uma couraça, uma verdadeira
couraça de grossas escamas. Os olhos cegaram-se, só enxergam, já não veem. As
imagens que lhes aparecem são quadros mal pintados, poderiam ser obras de arte,
mas você não compareceu à aula de literatura que explicava sobre aquele
movimento. Não se entende, se olha e não se sente. A boca fatiga seus músculos com
uma alma que é engolida a custo, tudo porque a matéria não presta e em breve se
desfará em pó. A indiferença nasce na noite: um bebê parido sem berros, sem o
grito da vida. O corpo inteiro é
anestésico, impossível de sentir coisa alguma. A partir daquele momento, tudo
será tanto faz. Já não interessa, quiçá interessará algum dia. A aurora rompe
mas nada traz além do brilho matinal – mais um dia qualquer. É assim, a couraça
toma conta dos cabelos, dos braços, pernas e unhas do pé. Consumiu-se o corpo
inteiro. Tudo é nada e o nada não basta.
bom texto, sempre é bom vim um sorriso do que lágrimas
ResponderExcluirSorrir é o melhor remedio
ResponderExcluirUm texto que faz jus ao clima da madrugada, melancólico e poético. Nada que um bom copo de uísque não cure rsrs
ResponderExcluirParabéns!! tal texto me lembrou muito um livro que é da Clarice Lispector, A paixão segundo G.H. É um livro bem subjetivo e interessante.
ResponderExcluirSE quiser visitar meu Blog:
http://saberes-da-pedagogia.blogspot.com.br/
Marília,de fato, eu e Bukowski concordamos com você. haha
ResponderExcluirJéssica, sim... excelente livro. Já estou indo conferir o seu blog!
:)
Não importa a couraça, sempre terá o interior.
ResponderExcluirA couraça disfarça, mas a menina sensível continua com suas lágrimas embutidas... será?
www.cchamun.blogspot.com.br
Histórias, estórias e outras polêmicas
texto muito bonito, porém, passado com muita emoção através do pessimismo, espero que seja só um texto, e não tenha nada a ver como o que você esteja sentindo. grande abraço
ResponderExcluir- momento divulgação -
Fiz sexo oral nele. O pau era pequeno, mas grosso, então
compensa. Chupei deliciosamente, sentindo aquele gostinho de pinto suado do fim
do dia, porém, sem mal cheiro e sem gosto forte, uma delícia. Chupei com gosto
mesmo, o que eu queria ter feito com Jonisson, e ele não foi, fiz
deliciosamente em Valmir.
http://www.diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com.br/