Um novo show....

sexta-feira, abril 08, 2011 0 Comments

É difícil esquecer você, quando tudo me faz lembrar o quanto erámos bons juntos.
Éramos, não é? Não era preciso uma palavra pronunciar para saber o que o outro estava pensando, porque a adrenalina que corria meu corpo também fazia o seu tremer. Era nítido. Mais do que tuas palavras, teus olhos te denunciavam. Eu podia ver um futuro brilhante embalado pela voz inconfundível de Barry White. Vê-lo cantando ‘can’t get enough of you’ é uma cena que jamais poderei esquecer. Porque era bonito, ainda é. 
Mas você já não canta para mim, nem passa minutos ininterruptos me encarando, nem rindo das minhas caretas ou nada de nada.  O nós acabou tão rápido e inesperado como ele surgiu.  Certas frases vêm e vão, tão repentinamente como um piscar de olhos, soar aos meus ouvidos suas juras de amor, seguidas de pedidos de desculpa, seguidas de mais promessas. Doeu. Ver você ir assim e fingir que mal me conhece, quando, mesmo sem querer, foi você quem me decifrou e conheceu meus segredos e pesadelos. É ainda pior perceber que os outros apostavam em nós, diziam que combinávamos, que fazíamos bem um ao outro... era notável. Estampado em nossas faces como um sol brilhante num dia na praia.  
Não, não vou mais me importar. Mentira, eu sei que vou sim, mas, vou me dar uma chance, uma chance de verdade: parar de brincar que os outros me interessam só para esquecer você. Vou deixar de lado e me colocar no centro. Pensar em mim, repensar em mim, na minha vida, nas minhas possibilidades. Devagarzinho, vou tirando você de cena, do palco da minha vida. Sim, estou fechando as cortinas, porque em breve, muito, muitíssimo em breve, um outro espetáculo há de começar... sem você.  Mas garanto que vai ser um show lindo.
É difícil ser intensa. Viver cada sentimento em um nível tão profundo que te desestabiliza de quando em quando. Mentira. Desestabiliza a maioria das vezes, mas a notícia boa para os intensos é que são eles, somos nós, quem aprendemos mais. Aprendemos a cair e a levantar, a rir diante da desgraça – não por descaso, mas você acaba entendendo que a desgraça foi necessária para um fim radiante, bonito, de paz. Aprendemos a rir ainda mais nos momentos de felicidade e, assim, a gente vai vivendo. Vai sentindo. Vai resistindo e aprendendo. 
Ser intenso é isso: sofrer e não negar o quanto alguém nos faz falta, é viver esse luto e renascer – cada vez mais forte, cada vez mais você. Ser intenso e se permitir ser contagiado pelas coisas boas e pelas ruins também. Ser intenso é viver, é ser.
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Ainda quando vou dormir e fecho os olhos, ouço sua voz “Você é especial para mim. Talvez, quando estivermos mais velhos e mais maduros, tenhamos nossa chance e possamos ficar juntos – de verdade e pra sempre.” Boa noite, sunshine.

Emma

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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