Palavras,

sexta-feira, fevereiro 04, 2011 0 Comments

Mas eu gosto mesmo é das palavras. Palavras essas que ora me compõem , ora me fazem desfalecer em pontos finais vis e interrogações sem respostas. Não quero muito da vida; só quero saber como e quando usar uma exclamação, dois pontos e vírgula nos momentos exatos. Cansei de estar inacabada, como um livro sem fim. Acho que é isso: enquanto vivo sou obrigada a escrever e viver com todas as paráfrases que a vida, e os altos e baixos dela tão inerentes, põe ao meu alcance. Não estou acostumada a redigir minha vida assim sem em que confiar, colocando palavras sem saber se a próxima vai rimar, vai dar brilho, vai complementar. Nesse espaço infinito de composições e suposições sobrevivo. Trabalho arduamente, todo santo dia, para encontrar a junção de letras adequada. Não falo em junção perfeita porque esta não existe, o máximo que conseguimos fazer é um singelo paralelo das palavras com as emoções. Nada mais que isso. E nada mais que isso é preciso, pois a própria vida se apropria de trazer as locuções, adjuntos, verbos, sujeitos e predicados na hora certa. E isso, descobri há pouco tempo, quando achava que poderia eu sozinha ser dona do meu livro, quando ainda me preocupava com a próxima rima. Descobri, sentindo na pele, que não há um caminho certo por onde se deve ir, nosso ir faz o caminho, como bem dissera Lewis. O problema disso tudo para pessoas como eu é apostar no imprevisível e viver com isso. Com a escura e densa sombra do que não se sabe, do que ainda está por vir. No mais, hoje, desejo um ponto final longe do meu presente, para que eu possa continuar aprendendo mais sobre palavras, sobre como desfrutar a vida e viver – para que eu possa aprender mais sobre mim e poder apreciar o ser humano que sou. Sem medo, sem ansiedade, sem culpa.

Maggie

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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