Não, eu nunca planejei ser o tipo de mulher que vive em busca de um amor. Daquele amor que a gente vê nos filmes, e que a gente bota dedo podre só porque a gente acha que coisa daquele tipo não existe, mas é coisa daquele tipo que a gente quer... que eu quero.

Quase não me reconheço quando olho no espelho e já não vejo aquela menina que queria o mundo... queria ser a profissional do ano, respeitada por todos, aquela que todos temessem só porque eu sou demais, grande demais, perfeita e bem-sucedida demais para os que estão a minha volta. Família? Só ia ter uma se tivesse tempo, e com certeza teria muitas babás para não me preocupar com crianças, não teria muito tempo para os meus filhos, e eles teriam que entender isso... afinal eu seria uma mulher-alfa, a mulher do século XXI. Hoje quando me olho, vejo uma garota que não consegue dar um passo sem pensar que posso perder você a qualquer momento, que acha válido jogar tudo pro alto e ir com você pra onde você quiser me levar, se você gostar de mim de verdade. Hoje eu não sou quem eu era, mas sou muito mais eu, sou muito mais eu do que um dia supus que seria. Perto de você, meu dia ganha cor, meu riso tem graça de verdade; perto de você, me sinto completa; eu, você e Deus. Mas toda essa minha insegurança não devia simplesmente desaparecer, se é amor? Ou ainda não é amor? Ou não é você? Mas se não for, não faz sentido. Oro tanto para que seja você, oro tanto para que seja você. Tanto. E essa sou eu, conheci meu amor, torcendo para que não sejas o certo na hora errada, torcendo para que sejas o certo, com a coragem certa e paciência exata na hora certa, talvez com uns minutinhos de atraso. Mas só uns minutinhos.  É com você que eu sonho fazer carreira, fazer família, fazer vida. Eu te quero tanto bem. Por favor, me queira – mesmo que seja só um pouquinho, mas que seja de verdade.