Essas linhas.

sexta-feira, fevereiro 15, 2013 0 Comments


Ter maus momentos para escrever é natural, pelo menos, acredito que seja. Já li história e ouvi rumores de escritores lamentando a partida das palavras. Sim, palavras chegam a ser temperamentais: num instante, sempre imprevisto, as palavras somem com as histórias ainda mal delineadas devido ao tempo que não se consumou. Tudo se vai e a ausência pesa, e o papel sobra, assim como sobram os medos.

É nesse estado que me encontro e entre tantos meios de me achar perdida em alguma linha que outrora foi minha – porque a arte é de quem precisa dela -, gosto de ler: matérias policiais, Machado, Drummond, Bandeira, Lispector, os Grimm, Lewis, Austen, receitas de bolo, bula de remédio e textos da internet.  E nada tem feito meu coração palpitar mais apressado. Falta pressa, falta a urgência da vida que escorre pelas mãos e te cobra cada segundo perdido com coisas que você nem lembra, coisas que eu nem lembro e nunca fiz questão de esquecer.

“Coisa boba” devem pensar alguns; que pensem, retruco do meu canto. Escrever sempre me foi meu maior alívio: planifico a realidade, deixando-a menos ardente e menos volúvel, e  posso assim, analisá-la e, quem sabe, achar uma resposta. Muitas vezes não acho nada, mas me traz calma e, assim, consigo seguir meu caminho tortuoso – mas meu.

E sigo. Sigo porque a busca é real e a necessidade é pura. Quero encontrar o que é meu: meus traçados ingênuos, fracos, valentes, obscuros – mas sempre meus. Quero encontrar a minha parte e da junção de várias partes fazer nascer um inteiro: fazer-me nascer de novo.

A reconstrução é diária e vital para a sobrevivência. A vida segue sem cobrar as digitais, mas corre exigindo alma, exigindo vida. E vida, a gente só acha vivendo. 

Emma

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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