Na aula de saúde mental...

sábado, maio 28, 2011 2 Comments

Na aula de saúde mental, a professora explicava a necessidade de se viver os sentimentos: desde as alegrias  às perdas. Falava como era necessário e providencial ao corpo humano chorar. Ela perguntou: ‘Alguém sabe por que chorar é importante?’. Imediatamente a resposta veio à cabeça:
-Porque depois das lágrimas não há mais nada a se fazer a não ser se recompor.
E é justamente isso que acontece. Sofremos uma perda, não importa o tipo, vivemos a dor ao ponto se achar que não mais nos reerguiremos, chegamos a acreditar em algumas situações que vamos morrer sufacados sem saber se é pela falta de ar ou se é pela dor excruciante que comprime o peito, impedindo o pulmão de se expandir e comprimir,  e dói cada vez que se tenta desesperadamente buscar por mais ar e, mesmo quando o ar entra no corpo, ele passa rasgando, dilacerando ainda mais os órgãos tão indispensáveis à vida. E você ora. Pede que seja a última vez. Mas, mal você repara, e já está lá de novo, vivendo tudo. Em cada lágrima, em cada movimento de respiração você revive a perda, revive a derrota. Ela é sua, de mais ninguém. Depois do desespero, das lágrimas, dos soluços contidos e não contidos, o que resta é se olhar no espelho, lavar o rosto e encarar a realidade. Não há nada que se possa fazer para voltar no tempo e remediar o irremediável. O que resta é se recompor.
A cada dia se chora menos, os olhos vão secando, as lágrimas vão desaparecendo. Pouco a pouco. Depois não tem mais nada. Só você e a dor que lateja. Mas é só isso. E depois há o próximo passo, o único que resta: seguir em frente. Você começa a entender que a vida não parou. A vida continua e você continua junto. Começa a se recompor até cair de novo. Você entende que, aconteça o que acontecer, são coisas da vida. Entende que são essas coisas que compõem a magnitude máxima que rege os seres, com todas as redundâncias. 
Voltei a mim quando a professora me chamava, perguntando-me algo sobre resiliência e outras coisas. Mas isso já é outra história.

Emma

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog.. entra no meu e se gostar pode seguir!! O seu de seguir não estava funcionando.. depois entro novamente pra SEGUIR.. ou deixa uma mensagem no meu blog q eu SIGO NA HORA Q VOLTAR A FUNCIONAR.

    ESTOU COM UMA PROMOÇÃO DE UM PAR DE INGRESSO PARA O CINEMA NO BLOG!!! Se quiser pode concorrer.

    Abraço,
    PREGUIÇA ALHEIA
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    http://www.preguicaalheia.com/2011/05/sorteio-ingresso-cinema.html

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  2. Vim aqui para dar uma olhada no seu blog (retribuindo a sua visita) e adorei o que vi e li.
    De fato é bom chorar para aliviar ou pelo menos pensarmos que colocamos pra fora todo que sentimos,com o tempo aprendemos a ser mais firmes sobre certas situações e levamos a diante com tudo que resta: Nós mesmos!

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