tag:blogger.com,1999:blog-81506224144711648652024-03-14T12:09:01.877-03:00Manu SoaresNão basta mudar, é necessário reinventar-se.Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.comBlogger95125tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-28993684713527675512013-11-19T23:50:00.002-03:002013-11-20T00:02:06.335-03:00O beijo da lua<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A lua posta lá no alto exibia sua magnitude e esplendor
roubados de outro astro. Eu, aqui, no meu canto, contemplava o que era cópia e me
deixava inebriar pela solidão amarela e larga que brilhava pela janela do meu
quarto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Achei que não fosse doer tanto. Mas doeu. Achei que eram
memórias, mas eram feridas encobertas na pele e que logo se expuseram deixando
o pus amarelo escorrer e a vermelhidão queimar me fazendo lembrar o porquê de
tantas estorelhas amorosas nunca terem dado certo. O de repente, contando com a
misericórdia de Jesuzinho um dia me mandar uma pessoa divino-maravilho ainda
não se sucedeu, e me restou somente chafurdar-me nas minhas lembranças pobres
que me atormentavam tanto quanto o sorriso falso de algumas pessoas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aqueles olhos castanhos foderam-me. Aqueles olhos malditos
me foderam para sempre. Repeti. E repeti, tentando tomar consciência do
desatino de acreditar que se ele me aparecesse hoje, de novo, mesmo depois de
tantas idas e voltas, eu o aceitaria. Aceitaria porque o amor que a gente tem é
o que a gente faz por merecer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Que Maria não me escute pensar isso, ela me odiaria e teria
ainda mais pena de mim. Ela diz que não tenho amor próprio, que só penso nele,
e que por causa dele dei a ficar de bebedeira alguns fins de semana. É que
finais de semana me quebram as pernas, os braços e a cara – o coração tá
quebrado faz tempo e sem pretensão de conserto – era nos finais de semana que
saíamos a visitar restaurantes, teatros e amigos. Aqueles amargurados que nunca
suportaram a nossa felicidade. Estou sendo ranzinza demais, dois ou três queriam
nos ver juntos e formar uma família, ter fedelhos correndo e sujando a casa.
Até fizemos planos, prometemos que nossa história seria contada e passada de
geração em geração, mas com dores e obstáculos reais, sem essa história fajuta
de príncipes, cavalos, princesas e vestidos bonitos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A lua continuava exibida. E eu, nadando e saboreando meu
próprio caos. Pensei: Todos merecem uma segunda chance. Mas já tinha dado
tantas! Tantas, meu Deus! De todas as vezes que ele terminou com as namoradas e
voltou pra mim. De todas as vezes que me fez de atalho para se recompor e sair
distribuindo o amor que eu criei, o amor que ensinei e que só foi dado a outras. Que provas mais havia ele de querer? Não eram
amores como o meu os mais bonitos? O mais verdadeiro? Não bastava? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não, ele queria mais. Eu queria migalha. A ficha começou a
cair. Senti o tilintar do metal no meu estômago. Nunca fui cachorra, nem pomba,
nem o diabo que fosse para receber e, pior, me contentar com migalha. Maria
estava certa, e que ela não saiba – ficaria uma insuportável dona da verdade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Cansei. E com o cansaço e embalado pelo falso brilho noturno
da lua gigante e amarela que fazia decoração na minha janela, veio a decisão: tô abrindo mão porque o coração já abri demais. E abri tantas vezes e remendei tantas
mais que me doeu. Ele vinha com aqueles olhos de cigano dissimulado, jurando
trovas e versos de outros amores e que jurei serem meus, e me dava ânimo: rearrumava
minha vida, trocava os tapetes da porta da frente, perfumava a casa e dizia:
senta, fica à vontade. E de tão à vontade, você se recompunha, me ajudava a
costurar o meu coração mole, bobo e sedento só para ter a sensação de
rasgar-lhe as costuras, cortar-lhe em tiras só para ver meu desengano, só para saborear minha tristeza absoluta em reconstruir tudo, só
para ser dono da sensação de ter um coração entregue em suas mãos. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pois bem, sobrevivi. Meu coração de boneca já não é mais de
pano. Pois bem, decidi: troquei o meu coração numa feira: soube que era usado,
bem maltratado. Virou um coração cínico, um coração de todos e de ninguém. Assim
como a lua que ostentava o brilho - e dava razões para se beber conhaque, se
afogar na mágoa de amores doentios e dava força para seguir em frente - ela era
de todos, mas não era de ninguém. Eu era a lua, e no seu beijo, ascendi.</span><o:p></o:p></div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-59571697831404011432013-11-19T23:10:00.002-03:002013-11-19T23:10:53.985-03:00Coldplay - Atlas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Lh3TokLzzmw?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="color: #686868; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; overflow: hidden; text-align: center;">
Alguns estão longe</div>
<div style="color: #686868; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; overflow: hidden; text-align: center;">
Alguns procuram por ouro</div>
<div style="color: #686868; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; overflow: hidden; text-align: center;">
Algum dragão para matar</div>
<div style="color: #686868; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; overflow: hidden; text-align: center;">
O Céu, esperamos, está logo ali na estrada</div>
<div style="color: #686868; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; overflow: hidden; text-align: center;">
Me mostre o caminho, Senhor</div>
<div style="color: #686868; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; overflow: hidden; text-align: center;">
Porque estou prestes a explodir</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #686868; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px;">Carregar o seu mundo</span></div>
<div style="color: #686868; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 24px; overflow: hidden; text-align: center;">
Eu vou carregar o seu mundo</div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-92040900164526501342013-11-15T23:00:00.000-03:002013-11-15T23:00:09.498-03:00InnerVoice #1<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Já não sei me perder em palavras. Como se histórias não
soubesse contar. Os personagens que me acompanhavam, agora vagam noutro lugar.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O que fiz de mim morada, já não é bom para ficar. E eu me
procuro: em trovas, em versos, em botequins e no olhar. No olhar de um estranho
castanho que me impacienta, me inquieta, me devora e me nega o desejo de
cuidar. Na voz sedenta que grita
escárnio e, silenciosamente, amor pra dar. </span><o:p></o:p></div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-63283570413315013172013-11-15T22:57:00.001-03:002013-11-15T22:57:26.839-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDC95lW1cxPLg1M-szjvDjrtRUSbSVv7EHhljJg8Q8iWU8ztSVRGOW6NRbieovgMUJTkHPlKiaHjo8ocrPkRFpCX0PJyilVhyphenhyphenr1nhONr-JQhqP1jkBQXbxTG67teD1kLPKnYesEyHmW2Qi/s1600/tumblr_mubu77IOTw1qz4d4bo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDC95lW1cxPLg1M-szjvDjrtRUSbSVv7EHhljJg8Q8iWU8ztSVRGOW6NRbieovgMUJTkHPlKiaHjo8ocrPkRFpCX0PJyilVhyphenhyphenr1nhONr-JQhqP1jkBQXbxTG67teD1kLPKnYesEyHmW2Qi/s320/tumblr_mubu77IOTw1qz4d4bo1_500.jpg" width="187" /></a></div>
<br />Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-29615077243466786472013-11-04T23:34:00.002-03:002013-11-06T10:13:20.130-03:00Carta a um estranho.<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E eu queria te contar de todas as coisas que ainda fazem meu
coração parar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E queria te contar também das outras, tantas, que fazem meu
coração retomar o ritmo. Sempre que pensava ser possível, o grito, calava antes
de chegar a boca. Na verdade, se engasgava e eu, num esforço profundo, tentava
engolir. Nunca botar pra fora. Pra dentro, só ar. Talvez assim, acumulando ar e
ar, me expandisse e, esperançosamente, explodisse. Faltava coragem. Faltava
ordem. Faltava tanta coisa. E nesse estado, me faltavam também as palavras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O pior silêncio que pode haver: aquele que faz eco aqui
dentro e não há uma palavra sequer que faça correspondência aqui fora. É uma
desordem ligeira. Um caos completo e mudo, e triste. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ah, queria te contar tudo que meus olhos viram e que meu
coração já sonhou. De como as noites podem ser assustadoras e o raiar da manhã, assombroso quando não passa da constatação que mais um dia findou e você
ainda está ali; preso em si mesmo, sozinho no meio de tanta gente. A pior solidão
não é não ter alguém em quem confiar, é não saber o que fazer consigo mesmo e
ter aquela estranha sensação de que já não se é um bom lugar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Já não sei confiar nas pessoas, e isso já faz muito tempo,
tanto que já nem me lembro, mas lembro-me a todo instante como consigo
desconfiar de tudo e de todos. Um cuidado desnecessário, mas as pessoas são
volúveis e são raras as que me fazem vomitar os medos, as dúvidas. Uma
melancolia de dar dó. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Queria te contar do sono profundo que me acomete à tarde, e
de como só tenho vontade de dormir até esquecer da vida, ou fazê-la esquecer de
mim. É um cansaço terrível. As pessoas me cansam, a vida me cansa e eu, como se
não bastasse, canso a mim mesma. E é o maior dos cansaços: estar numa pele que
você não se reconhece. Você força cada músculo a sorrir e mentir para todos os
outros que está tudo azul, elas acreditam e você tenta chorar. Mas não há
lágrimas. Poucas coisas hoje me comovem, e meu estado apático e patético não é
uma delas. Já não tenho pena de mim. Nem quero que os outros tenham, mas me dói
ver que as pessoas me olham e não enxergam. Me dói não perceberem que eu nunca
vou conseguir gritar por ajuda, o grito preso na garganta reverbera até os
olhos que clamam misericórdia, mas ninguém vê. Me tranco ainda mais. Tampouco
acho que alguém verdadeiramente se importará com tantos devaneios.
Honestamente, não há com o que se preocupar. Mas minhas palavras nunca foram
tão mentirosas e, ainda assim, tão convincentes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Queria te contar que, hoje, me sinto numa encruzilhada
pensando, novamente, sobre o que estou fazendo da minha vida, com o que estou
fazendo com o que fazem de mim, com o que eu faço de mim e quem, honestamente,
sem máscaras, limpa, verdadeiramente, sou eu, afinal? Queria te contar de como eu
queria te contar tudo isso, mas será só mais um segredo, daqueles guardados em
silêncio dentro da alma, que eu não conto pra ninguém e raramente me atrevo a
desvendá-lo. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Queria te dizer que ultimamente estou pondo meu coração todo
em voga pela verdade. Ela existe? Embora saiba que a verdade liberta (liberta?),
temo que não queira dela tomar posse. Temo que, por tantos arranhões e feridas
e cicatrizes nessa pele, e as dúvidas infinitas que postergam toda dor, quando
for livre não saiba voar, ou pior, não queira. Um chão, por mais detestável que seja, não deixou de ser chão. <br /><br />Ah, como eu queria te contar das coisas que fazem meu coração parar. </span></div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-8645659107820465232013-08-29T21:55:00.002-03:002013-08-29T23:03:03.545-03:00Dos contos sem fim<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A verdade é que eu sempre fui sozinha. Fiz da solidão a
minha melhor companhia, poderia dialogar horas a fio pela noite que findava no
orvalho da manhã sem cansar. Mas o cansaço, sempre, de alguma forma, me
alcançava. Deixava o corpo mole, letárgico. Quase perdia as vontades. Era
difícil encontrar-me em meio a tantos devaneios, dúvidas e sentimentos que
garoavam dentro de mim, mesmo em dias e noites extremamente quentes. </span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">‘Parece que vai garoar... Sempre garoava’.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Queria poder descansar a solidão que meus braços carregavam
e despejá-la em outros braços, abraços que se faziam sem provocação. Queria
dividir. Difícil era achar alguém disposto a receber toda essa carga de
sentimentos medíocres. Serão mesmo medíocres? Ou só o são, se são, devido à
inabilidade de compreender o que nos dói, nos afasta, nos destrói? </span><o:p></o:p></div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-82899958907759821982013-07-30T19:18:00.006-03:002013-07-30T19:19:47.184-03:00Oração sem nome<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Oração sem nome</span><br />
<br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;" />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">O autor desse poema, quem o sabe? Foi encontrado em pleno campo de batalha, no bolso de um soldado americano desconhecido; do rapaz estraçalhado por uma granada, restava apenas intacta esta folha de papel.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><br /></span>
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Escuta, Deus:</span></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"></span></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">jamais falei contigo.</span></span></span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Hoje quero saudar-te. Bom dia! Como vais?</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Sabes? Disseram-me que tu não existes,</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">e eu, tolo, acreditei que era verdade.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Nunca havia reparado a tua obra.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas,</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">vi teu céu estrelado</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">e compreendi então que me enganaram.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Não sei se apertarás a minha mão.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Vou te explicar e hás de compreender.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">É engraçado: neste inferno hediondo</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">achei a luz para enxergar o teu rosto.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Dito isto, já não tenho muita coisa a te contar:</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">só que... que... tenho muito prazer em conhecer-te.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Faremos um ataque à meia-noite.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Não sinto medo.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Deus, sei que tu velas...</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Há! É o clarim! Bom Deus, devo ir embora.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Gostei de ti... vou ter saudade... Quero dizer:</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">será cruenta a luta, bem o sabes,</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta!</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Muito amigos não fomos, é verdade.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Mas... sim, estou chorando!</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Vês, Deus, penso que já não sou tão mau.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Bem, Deus, tenho de ir.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Sorte é coisa bem rara.</span></div>
</span><span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.727272033691406px; line-height: 15.454545021057129px;">Juro, porém: já não receio a morte.</span></div>
</span></span></blockquote>
<br />
Não sei se a história é verídica, mas achei um bom poema. E com pontos que eu não gostaria de esquecer. Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-19663580548666261062013-07-14T18:16:00.001-03:002013-07-30T19:20:30.717-03:00Acompanhar.<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A vantagem de você se fazer companhia e ser essa companhia uma ótima parceira é que dá pra ir ao cinema sozinho, passear sozinho e tomar um café a hora que quiser porque você só precisa de si mesmo. A desvantagem é que, algumas vezes, no cinema você procura um ombro pra se recostar ou uma mão para segurar, é que passear torna-se uma atividade cansada e a cadeira vazia do café pesa como pesa uma ausência. E tudo fica sofrido. E te faz lembrar de todas as oportunidades perdidas, de todas as vezes que você disse para si mesmo: se tiver que ser, será - invariavelmente. Em alguns casos, isso é até verdade. Mas a vida pede coragem, e vontade! E deixamos nossas oportunidades escorrerem pelas mãos como água que vai vazando pelas brechas e o pouco que dá pra segurar na mão, evapora, até que não resta nada. Só a miséria de toda fraqueza. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A vantagem de ser sozinho é que você está disponível às chances que aparecerem, as chances de sair do marasmo e encontrar alguém para desfrutar da companhia incólume que sempre te acompanhou. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">-</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Nesse hiato de palavras, de enredo, de ordem. As palavras e pensamentos se amontoam de uma vez e ficam zanzando e zanzando sem ordem, zanzando. Tontura.</i></span></div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-61632451099747582342013-04-16T13:33:00.001-03:002013-04-16T13:33:25.952-03:00Esperar é caminhar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/YK8ghYmlSHY?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<br />
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 1.6; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.14902) 0px 1px 1px;">
Quando espero a chuva chegar<br />Tu vens com o teu vento<br />Quando espero tua voz estrondar<br />Tu vens com o silêncio<br />Eu espero em Ti<br />Embora sem saber<br />Como Tu dirás eu não sei<br />Mas esperarei</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 1.6; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.14902) 0px 1px 1px;">
Quando espero o mar se abrir<br />Vejo os meus pés sobre as águas<br />Quando espero o fogo arder<br />Ouço a brisa suave</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 1.6; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.14902) 0px 1px 1px;">
Mesmo sem saber como Tu dirás<br />Dentro de mim reinará a Tua paz<br />Que me faz saber<br />Que esperar em ti<br />É sempre caminhar </div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 1.6; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.14902) 0px 1px 1px;">
Esperar é Caminhar - Palavrantiga</div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-49531637139039544292013-04-15T01:02:00.001-03:002013-04-16T00:02:34.575-03:00Uma dança<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', HelveticaNeue, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px;">“</span><span class="quote" style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', HelveticaNeue, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-top: 0px; outline: none 0px;">Assim que percebi o que acontecia, achei tudo uma grande sacanagem. Uma sacanagem do mundo para comigo, uma sacanagem que partia de dentro de mim contra eu mesma. </span></div>
<span class="quote" style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', HelveticaNeue, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-top: 0px; outline: none 0px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="quote" style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', HelveticaNeue, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-top: 0px; outline: none 0px;"><br /></span></div>
<span class="quote" style="background-color: white; color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', HelveticaNeue, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-top: 0px; outline: none 0px;">
<div style="text-align: justify;">
Sim, o coração, este músculo irrefreável de vontade, batia com vigor abaixo da minha camiseta. Chorei. Não podia acreditar que diante de tudo que acontecia na minha vida, ele insistia em bater e bater e bater. E bater significa ir em frente, por mais que a vida te encha de pancada. Bater, significa revidar – mesmo que a reação não seja qualitativamente igual, na maioria das vezes, nós nos ajustamos ao meio e, às vezes, crescemos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi quando percebi que estava prestes a cometer a maior de todas as sacanagens: desistir. Parar. Deixar que o tambor orgânico cessasse suas batidas rítmicas que (co)movem a vida. A cada <i>‘tum’</i>, renascemos. A cada <i>‘ta’</i>, nos reerguemos. E prosseguimos, enfim. </div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="quote" style="margin-top: 0px; outline: none 0px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="quote" style="margin-top: 0px; outline: none 0px;">Nada é tão longo que dure para sempre, nada é tão doloroso que não sare. O remédio é entender que o<i> ‘tum ta tum’ </i>é a marcação da música das nossas vidas. É nossa escolha dançar.</span>”</div>
</span><br />
<table class="quote_source_table" style="background-color: white; border-collapse: collapse; border: 0px; color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', HelveticaNeue, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: -5px; margin-top: 10px; outline: none 0px; text-align: justify; width: 500px;"><tbody style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; outline: none 0px;">
<tr style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; outline: none 0px;"><td class="quote_source_mdash" style="border-width: 0px; margin-top: 0px; outline: none 0px; padding: 0px 10px 0px 20px; width: 1px;" valign="top">—</td><td class="quote_source" style="border-width: 0px; margin-bottom: 0px; max-width: 450px; outline: none 0px; overflow: hidden; padding: 0px;" valign="top"><em style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; outline: none 0px;">Manú Soares - Uma dança</em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<br /><span style="font-family: 'Courier New', Courier, monospace;">PS. Para a minha mãe que pede textos pequeninos, quase mensagens de auto-ajuda. E para alívio da minha consciência por finalmente postar algo, mesmo que seja assim.. isso. </span></blockquote>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-61300115935471730952013-02-15T00:31:00.002-03:002013-02-15T00:31:41.282-03:00Essas linhas.<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ter maus momentos para escrever é natural, pelo menos,
acredito que seja. Já li história e ouvi rumores de escritores lamentando a
partida das palavras. Sim, palavras chegam a ser temperamentais: num instante,
sempre imprevisto, as palavras somem com as histórias ainda mal delineadas
devido ao tempo que não se consumou. Tudo se vai e a ausência pesa, e o papel
sobra, assim como sobram os medos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É nesse estado que me encontro e entre tantos meios de me
achar perdida em alguma linha que outrora foi minha – porque a arte é de quem
precisa dela -, gosto de ler: matérias policiais, Machado, Drummond, Bandeira,
Lispector, os Grimm, Lewis, Austen, receitas de bolo, bula de remédio e textos
da internet. E nada tem feito meu
coração palpitar mais apressado. Falta pressa, falta a urgência da vida que
escorre pelas mãos e te cobra cada segundo perdido com coisas que você nem
lembra, coisas que eu nem lembro e nunca fiz questão de esquecer. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Coisa boba” devem pensar alguns; que pensem, retruco do meu
canto. Escrever sempre me foi meu maior alívio: planifico a realidade,
deixando-a menos ardente e menos volúvel, e posso assim, analisá-la e, quem sabe, achar
uma resposta. Muitas vezes não acho nada, mas me traz calma e, assim, consigo
seguir meu caminho tortuoso – mas meu. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E sigo. Sigo porque a busca é real e a necessidade é pura.
Quero encontrar o que é meu: meus traçados ingênuos, fracos, valentes, obscuros
– mas sempre meus. Quero encontrar a minha parte e da junção de várias partes
fazer nascer um inteiro: fazer-me nascer de novo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A reconstrução é diária e vital para a sobrevivência. A vida
segue sem cobrar as digitais, mas corre exigindo alma, exigindo vida. E vida, a
gente só acha vivendo. <o:p></o:p></div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-29234071069860339492013-01-19T01:01:00.004-03:002013-01-19T01:01:36.914-03:00das inquietações da noite.<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 18px;">a calmaria fatigada é a mesma que afaga e sossega, congelando os sentimentos no ar. uma forma pulverizada de lidar com a realidade menor de tudo que é alheio a nós. a verdade escrachada se faz vil e aprendes, com a vilania, a ser mocinho de terras inventadas. uma hora herói, outra hora um no meio de uma multidão de gentes que segue a ordem ligeira de achismos loucos e julgamentos nefastos, onde a </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; line-height: 18px;">cabeça já não pensa, apenas segue regras, dando ordens a todo o corpo para marchar inerte, adiante. no peito, há uma batida de coragem, um gemido mudo de liberdade, de verdade. as mãos, devagar, assumem uma posição de valentia; os pés posicionam-se paralelos; o corpo arrepia-se numa força avassaladora. as gentes aproximam-se, conversam e transferem a calma fatigada de uma multidão que faz questão de marchar em silêncio, sempre em frente, rumo a lugar nenhum. era só você, só você no meio de muitos, igual a tantos outros. era só a calmaria fatigada que afaga e sossega, congelando os sentimentos no ar.</span></span>Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-55809116226849309082012-12-17T12:38:00.005-03:002012-12-17T12:38:38.733-03:00No meio da noite<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Engraçado como as lágrimas já não
correm, se calam. Entre um suspiro e outro, se exaltam e vêm à superfície
exibindo toda a dor contida. Mas já nem dói tanto. Já não sou uma menina que se
abala facilmente; pareço entender o processo de endurecimento. A pele vai dando
lugar a escamas grossas, tão grossas que não se assemelham às escamas, mas
levam esse nome por falta de uma imagem melhor. É uma couraça, uma verdadeira
couraça de grossas escamas. Os olhos cegaram-se, só enxergam, já não veem. As
imagens que lhes aparecem são quadros mal pintados, poderiam ser obras de arte,
mas você não compareceu à aula de literatura que explicava sobre aquele
movimento. Não se entende, se olha e não se sente. A boca fatiga seus músculos com
uma alma que é engolida a custo, tudo porque a matéria não presta e em breve se
desfará em pó. A indiferença nasce na noite: um bebê parido sem berros, sem o
grito da vida. O corpo inteiro é
anestésico, impossível de sentir coisa alguma. A partir daquele momento, tudo
será tanto faz. Já não interessa, quiçá interessará algum dia. A aurora rompe
mas nada traz além do brilho matinal – mais um dia qualquer. É assim, a couraça
toma conta dos cabelos, dos braços, pernas e unhas do pé. Consumiu-se o corpo
inteiro. Tudo é nada e o nada não basta. </span><o:p></o:p></div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-23165465562470875402012-11-22T14:34:00.005-03:002012-11-22T14:36:14.299-03:00Ação de graças<br />
<div style="background-color: white; color: #555555; font-family: Bitter, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 13px; line-height: 21.983333587646484px; margin-bottom: 1.692307em;">
<div style="text-align: justify;">
Hoje é o feriado de ação de graças nos Estados Unidos, e eu aqui, no Brasil, me debatendo sobre o que deveria ser grata. E por que, raios!, há um feriado para isso? Eu posso passar o ano inteiro sendo uma bastarda, mas nesse dia eu tenho que dar graças a algo. E se eu não acreditasse em Deus, a quem deveria ser grata? Ao universo e todas as suas remotas possibilidades que se confirmam assim que viro a esquina? Não, muito impessoal. E se eu não acreditasse em nada, mas fosse uma pessoa de bem com a vida e que valoriza a natureza e a humanidade com todas as peculiaridades que lhe são inerentes, ainda deveria dar graças, mas, de novo, a quem?! A mim?! Aos outros por me possibilitarem exercer todo o meu altruísmo sem medidas? (…)</div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #555555; font-family: Bitter, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 13px; line-height: 21.983333587646484px; margin-bottom: 1.692307em;">
<div style="text-align: justify;">
De qualquer forma, o primeiro pensamento é: tanta coisa. Tanta coisa, o quê? Mais uma vez me debato nas minhas perguntas informes. Talvez deva ser grata pela separação dos meus pais, ou pelo rompimento de um relacionamento, ou pelos ataques de pânico, ou pelas crises depressivas, ou pela ansiedade que tem me roubado as melhores ideias, pela ausência de pessoas queridas… Não, não vou me afundar em dores, também houve coisas boas: ganhei um carro, fiz intercâmbio, ganhei um concurso literário. Tampouco vou me resumir ao material porque tal qual a efemeridade da beleza, uma hora tudo isso só existirá na minha lembrança. Então me atenho ao que sempre será meu de fato: tive por 28 anos, um exemplo de parceria, aprendi que o fundo do poço é relativo, que o coração acelera, o medo vem, a irracionalidade sobrepuja, mas passa, tudo passa; tive o prazer de conhecer pessoas maravilhosas e por mais que não estejamos juntas hoje, mudou o meu modo de pensar, me ajudou a crescer; percebi que a dor é necessária, assim como o fogo no refinamento do ouro.</div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #555555; font-family: Bitter, Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 13px; line-height: 21.983333587646484px; margin-bottom: 1.692307em;">
<div style="text-align: justify;">
Sim, devo ser grata (sou grata a Deus, pois creio nEle como creio no sorriso de uma criança que corre ao vento), não só hoje, como todos os dias: ser grata por todas as coisas que contribuíram para que hoje estivesse aqui, boas e ruins, afinal tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus (assim creio). Sou grata por poder dar graças e ser capaz de reconhecer a grandiosidade do que, para muitos, é invisível. Sou grata porque sei que aconteça o que acontecer, sempre haverá um meio de seguir em frente, sou grata pela vida, por estar viva e poder viver – no seu mais amplo significado.</div>
</div>
<div style="background-color: white; font-size: 13px; line-height: 21.983333587646484px; margin-bottom: 1.692307em; text-align: right;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>E você, pelo o que é grato(a)?</i></span></blockquote>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com1Recife - PE, Brasil-8.0542775 -34.8812561-8.180054 -35.0391846 -7.928501 -34.723327600000005tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-43114154972005680222012-11-17T23:17:00.001-03:002012-11-17T23:17:11.235-03:00Trecho<br />
<div class="quote" style="background-image: url(http://static.tumblr.com/2wjmz5y/g5Wlap9ew/simplethings-quote.png); background-position: 0% 0%; background-repeat: no-repeat no-repeat; color: #555555; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 18px; line-height: 1.5em; margin-left: 10px; margin-right: 10px; outline: none; padding: 0px 10px 15px 45px; text-align: justify;">
Às vezes sinto que sou espécie de atalho: ajudo no caminho sem nunca ser o ponto de chegada. Não sou destino, apenas distração. É a mim que recorrem os interessados em outras. Usam-me para teste, fazem-me de ensaio, levam minha proteção e cospem minha carne mastigada quando já não lhes serve mais. Devolvem um coração pisoteado que depois só pensa em se fechar de vez para qualquer sentimento do mundo. Eu ensino amor. Permita-se, eu digo, seja livre dos conceitos alheios e encha o peito de verdades, sinta. E quando finalmente compreendem o que estou dizendo, compartilham isso com outra pessoa. Entregam meu amor, o amor que eu criei, para alguém mais simples e de riso fácil, que não se sente só no meio dos outros. Tudo bem, eu entendo. Porque é chato ficar perto de quem nunca se satisfaz. É cansativo lidar com tanta melancolia. Mas tem mais que isso dentro de mim. Tem um cansaço que só quer um colo pra se desfazer. É isso, minha cura é um abraço. Dois braços, um coração, e o que mais vier junto.</div>
<div class="source" style="color: #555555; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; font-style: italic; line-height: 1.5em; outline: none; padding: 0px 10px 15px;">
- Verônica H</div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-63855337009591436672012-10-26T14:41:00.004-03:002012-10-26T14:41:34.419-03:00O vôo da borboleta<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Voa, minha borboleta</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por esse mundo tão misterioso</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por mais longo que seja teu vôo</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por mais difícil que seja teu retorno</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por mais que te queira bem aqui</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Bem aqui perto de mim</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Compreendo que o cheiro de mil flores te atrairá</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mais que a pobre bromélia do meu jardim</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Todavia, se à pobre bromélia</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">À pobre bromélia te mostrares cativa</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então terá valido a pena tudo</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tudo, inclusive a dor da partida</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A jornada tudo altera</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Muda quem vai, muda o que fica</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E essa é a esperança mais pura</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Que no retorno da borboleta</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A bromélia esteja ainda mais bonita</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Recife, 05 de março de 2012</i></span></div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-16022331215576149462012-10-25T01:30:00.001-03:002012-10-25T01:30:23.969-03:00E aí, larari... <br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Olho a minha gaveta (antes tão prazerosamente visitada,
agora é só mais uma constatação dos meus fracassos diários) e vejo os textos
pela metade, as ideias engavetadas, as vontades guardadas e com medo de se
transpor em papel, linguagem escrita, medo de ser interpretada e compreendida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No meio de tanta bagunça, e pequenas relíquias, encontro o
que me falta. A vontade adormecida, prestes a acordar, pensamentos que, por
descuido, permanecem escondidos mas que quando em vez trazem toda a ousadia do
salto no escuro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Penso, e penso. Quanta coisa mudou, quanta coisa ainda vai
mudar. O que era já não tem tanta força
e pouco a pouco adormece no
esquecimento. Já não há timbre que me faça suspirar, já não há o frio no
estômago do encontro postergado para a próxima esquina... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E eu me acabo aqui, entre redemoinhos e cata-ventos,
rodopiando num tablado feito para um. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Já passou da meia noite, a cidade dorme e o coração pulsa. É
tarde... nunca é tarde. É sempre um começo. </span><o:p></o:p></div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-62686235281456125172012-10-21T01:25:00.000-03:002012-10-21T00:25:34.712-03:00A ponte<div class="MsoNormal">
Crônica - A ponte <br />
1º lugar concurso SOBRAMES-PE/2012<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O relógio ainda nem marcava quatro horas da tarde, mas ainda podia sentir o calor emanado pelo sol que estava prestes a se depedir de mais um dia na cidade mauriceia. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Tinha acabado de sair de mais um dia enfadonho de trabalho e fui pega de surpresa por uma cena, no mínimo, engraçada. Digo engraçada porque embora não demonstrasse visivelmente a felicidade que eu teimava em esconder, ainda sorria por dentro. Minha amiga, ao contrário, tinha na face uma expressão quase medonha: um misto de medo, arrogância, prepotência e orgulho. Não que eu fosse melhor que ela, admito que tinha lá meus receios, mas sempre tive a mania de esperar pelo melhor. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Amiga, acho melhor atravessarmos a rua. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Por que? – Indaguei automaticamente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Você não está vendo aquele grupo de meninos ali na frente? No meio da ponte? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Estou vendo... E o que tem? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Ora, até parece que você não vive em Recife. Você não tem medo de assalto? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Tenho. Mas não acho que deveríamos atravessar até o outro lado. E além do mais, eles só estão brincando de pular no rio. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-A gente não pode dar chance, Nina. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Continuei em silêncio a fim de que ela mudasse de ideia, eu não iria mudar a minha. A estranheza que aqueles meninos me causavam era o que me fascinava. E a cena era pitoresca: não precisaria de nenhum bom pintor para se dar conta da obra-prima que se expunha diante de tantos transeuntes desatentos à vida lá fora e tão imersos ao que acontecia por dentro. Digo isso porque eu seria um desses transeuntes não fosse o que chamei, horas depois, de pequeno milagre: mais cedo, quando deixei o carro na oficina e me despedia do mecânico da família, Carlinhos, e atravessava a rua, quase fui atropelada por um desses meninos da ponte. Claro, não era o mesmo, mas todos esses meninos da ponte são iguais: correm sem nome, de peito aberto, riem e são esquecidos nos asfaltos, nas feiras, em ruas enlameadas e também sem nomes. De qualquer forma, ele gritou:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Ô, tia! Tem que olhar pros lados, né?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aquele berro, vindo com toda a força que os pulmões de um menino, provavelmente desnutrido, de dez anos foi o meu pequeno milagre. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Passei o dia pensando nas coisas que ignorava, nas vidas e histórias que passavam por mim e eu eu, solenemente, ignorava. Mais cedo, apesar do meu estresse, prometi a mim mesma que não mais olharia somente para frente, embora em frente deva ser o caminho a ser seguido, mas enxergaria o que minha visão periférica propusesse dali em diante. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Ah! Está bem, mas segure a bolsa! Se lhe roubarem, não corro atrás de ninguém. Esteja avisada. – Reclamou minha amiga com uma certeza tão absoluta quanto a certeza do futuro. Sorri. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao passarmos pelo grupo de crianças, umas seis ou sete, senti minha amiga apressar o passo enquanto o medo se alastrava pelo seu corpo; eu, no entando, diminuí a marcha e fui contagiada pelos risos, provocações de quem era o mais corajoso e destemida bravura ao pular no rio poluído. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dali, junto deles, me senti parte daquela obra-prima e vivi na pele a experiência de olhar para os lados. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Ei, tia, quer pular também é?! <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fui pega de surpresa pela pergunta do menino mais próximo. Não sabia seu nome, nem saberia, mas seu rosto ficaria na minha memória para sempre: pele negra, beiços largos, olhos grandes e um sorriso brilhoso e livre. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-Hoje não. – Respondi rindo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-A senhora é quem sabe. Mas sempre que quiser pular, a ponte está aqui. – virou, subiu no corrimão da ponte e se jogou. Era o grito mais alto de liberdade. Era a desmistificação da realidade. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Continuei meu caminho. De certo, é preciso seguir em frente sempre, mas sempre há espaço para pequenos desvios. Aquele não era o meu dia, mas penso e quase numa oração, peço para que haja sempre uma ponte. E coragem.<o:p></o:p></div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-2762574206132154752012-10-03T19:21:00.002-03:002012-10-03T19:21:47.836-03:00A terceira perna<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Sim, uma terceira perna, informe, desajeitada, quase não se articula com o resto do corpo, mas que vai nascendo devagar para depois ser arrancada. E foi assim que nasceu um invenção de texto: tenra e triste. </i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>É o que tem pra hoje. </i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">-</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> E eu fiquei naquela, como moça sonsa que não sabe de nada e que de pouca verdade desconfia, fiquei inventando razões para a despedida tua que nunca houve. Um até- logo, vejo você algum dia, em breve, quando o destino for gentil e quiser que nos encontremos de novo, sei lá; inventei tudo para não me sentir tão sozinha. A verdade é que tudo sempre fora uma invenção: algumas tão boas que eram reais, outras que perderam o pó da fada e ficaram aprisionadas na memória que fazia de nós dois, mas que vislumbravam o real nos olhos de quem nos observava passar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> ‘Que casal lindo’ era o que pensavam, digo isso porque sorriam e nos abençoavam em silêncio. Talvez você não tenha percebido, mas tenho todas essas cenas gravadas na pele, no clima, no arrepio que percorria a alma e chacoalhava tudo sem dó.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> De qualquer forma, o tempo passou e continua a passar e não leva de mim nada de você. Tudo permanece instável e intacto. Tudo permanece como eu menos desejo, e desejo todas as noites poder te ver. E eu te via, e tu me vias, e nesse encontro o nosso encontro se encerrava: limpo, sem máculas, e redundante. Sim, tudo se tornava redundante. Talvez fosse igual a terceira perna de Clarice, aquela que insistia em crescer, querendo me dar a segurança de falsas verdades.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Ah, a verdade: tão cruel quanto um pôr-do-sol, tão doce como a morte. Mas era disso que precisávamos. Digo precisávamos porque embora você se achasse o dono da verdade, esta nunca possuístes. Tanto quanto eu, vivias no teu mundinho onde me permitiras entrar e ficar por algum tempo, até que decidistes ir embora e deixá-lo para mim. Te confesso: nada daquilo fez sentido. Agora tinha algo que nunca tinha pedido, mas que tinha recebido de bom grado – cavalo dado não se olha os dentes – e que, naquele momento, queria te devolver. Queria o meu próprio mundo: fosse como fosse, de verdades inventadas ou de mentiras sinceras, mas que fosse meu. Te confesso: você estaria nele, você estará nele. És agora minha terceira perna, meu apoio de mentira. Tento arrancar-te fora, mas como erva daninha insistes em nascer de novo – coisa que não deixa o jardim bonito, mas que só dá trabalho, e que castiga o pobre jardineiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A verdade (tantas!) é que nunca, jamais, poderei saber a veracidade dos fatos. Você se foi. E o que eu tenho não é suficiente para fazer você voltar: são só ervas daninhas. É só uma perna. </span></div>
Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0Recife - PE, Brasil-8.0542775 -34.8812561-8.180054 -35.0391846 -7.928501 -34.723327600000005tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-20451136967786872232012-09-14T22:35:00.002-03:002012-09-14T22:35:41.700-03:00Caleidoscopicamente<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Da cor do sol, vestiu-se de sons e atirou-se no mar. Mergulhou fundo enquanto dançava presa numa bolha de ar. Tudo estaticamente mutável. O azul fundia-se nos olhos que vislumbravam um céu pingado de algodão. Os pássaros lhe faziam companhia compondo sinfonias e orquestrando danças. As saias voavam coloridas dando voltas e voltas. Era claro, tudo estava, enfim, quieto, no seu lugar. Podia-se descansar. </span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Ouviu-se um grito, caiu da rede. Acordou.</span>Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-70474568505462594772012-08-24T23:51:00.002-03:002012-08-24T23:57:55.471-03:00 23:51<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E já faz tanto tempo, tanto quanto quase eu já nem lembro. Mas não esqueço da noite que vi os olhos castanhos perdidos entre tanta gente luzir como farol. Meu coração era um pequeno navio nadando ao relento e fez soar o sino quando foi atingido, notado naquela escuridão que se perdia no horizonte. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E o lugar onde se perde também é o que se acha. Me encontrei para me perder ao fim de um musical de romance piegas. As cortinas fecharam, e caminhamos para o salão principal. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">‘Poderíamos dançar aqui algum dia’. Pensei enquanto olhava extasiada as esculturas em algum material que fingia ouro, e os anjos com carinhas redondas e sorrisos doces concordavam do alto. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A mulher de cabelos curtos e pretos me encarou. Sorriu. Sorri de volta. Ela consentiu. Deixamos o salão principal sem olhar para trás, marchamos para os grandes portais de vidro sem dar um último adeus às melhores memórias de uma vida. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Que seja doce, lembrava do verso. E era doce, era doce. O gelo derretia na calçada, enquanto deixávamos pegadas que jamais seriam lembradas. Deixamos também as vontades, o calor. Carregamos a dor. De braços dados seguimos até a Grand Ave e Clark. Seguimos nossos caminhos, dessa vez de braços dados com a dor de cada um, com os sonhos que continuariam na gaveta e nos bolsos do casaco preto de gola alta. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um abraço, um sorriso. Nenhum adeus.</span><o:p></o:p></div>Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-22919292413307143072012-08-12T16:28:00.000-03:002012-08-12T16:28:13.616-03:00pensamento inacabado<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Feche os olhos, por um segundo. Não, melhor: por dois. Escute o silêncio, veja pelo que não vê, enxergue pelo que se sente. Revele-se. Dispa-se dos medos e das agonias, esqueça a monotonia que adoece a coragem. Respire devagar; agora e mais uma vez.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Encontre a janela dentro de si, aproveite a brisa que acalma o terror noturno, enquanto o medo doentio se desfaz naquela música que se costumava cantar aos 13. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O vento sopra fazendo as cortinas de tecido dançar a meia luz. Os olhos cansados já não captam toda beleza, mas por ela, fecham-se e a lágrima escorre, lavando a máquina tão preciosa que captura imagens e as pendura na </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">parede da memória. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Abra olhos, respire mais uma vez. Na lentidão do sopro, esconde-se o mistério, esconde-se a calma precisada. O pensamento de que tudo mudará enche-se como balão. A esperança flameja fazendo-o voar alto e mais alto. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tudo passa, o rio corre e deságua no mar. A vida passa e bate na porta do que não se conhece. Do outro lado não há resposta, silêncio somente. O impulso entra no que não há relatos, e é mais uma aventura. Talvez, a maior aventura.</span><o:p></o:p></div>Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-79076961810274997162012-06-14T12:43:00.002-03:002012-06-14T12:43:19.367-03:00latifúndio.<h2 style="color: #4d4d4d; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; font-weight: 500; line-height: 24px; padding-left: 20px; padding-right: 20px; text-shadow: rgba(255, 255, 255, 0.898438) 0px 2px 1px;"><a href="http://bellalune.tumblr.com/post/25003571447/latifundio" style="color: #4d4d4d; text-decoration: none;">latifúndio</a></h2><div class="textpostbody" style="color: #4d4d4d; font-family: Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><div style="padding-left: 20px; padding-right: 20px; text-align: justify;">E hoje, enfim, o dia clareou e a noite estremeceu. Consegui dar um basta - temporário - a uma dor quase sem fim. Só lembrei de ti quando vi que posso ser feliz sem você. Sem as boas memórias que lentamente darão lugar à outras, tão boas ou melhores. É esse o meu medo: que possa existir alguém melhor e que, por loucura qualquer, eu só queira, ainda e apesar de tudo, você. Eu só queira ser feliz ao teu lado e seja, por isso, por escolha desmedida, menos feliz do que realmente mereça. </div><div style="padding-left: 20px; padding-right: 20px; text-align: justify;"><br />
</div><div style="padding-left: 20px; padding-right: 20px; text-align: justify;">Nada disso importa. A vida segue e nos cobra: paciência, calma, perdão e doses extra-fortes de amor-próprio, amor esse que se perdeu no outro. E assim, sem saber, sigo nesses caminhos tortos, que vou fazendo meus por usucapião e me declaro dona de terras a serem desbravadas e exploradas, na tentativa infame de achar-me perdida em algum lugar. Fazer a redescoberta. Reviver, e sem medos ou luxos viver a parte que realmente me cabe.</div></div>Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-57994363258220473222012-06-10T14:59:00.000-03:002012-06-10T14:59:50.094-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/YIY8iAk2yXw?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">NÃO: Não quero nada. </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Já disse que não quero nada. </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Não me venham com conclusões! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">A única conclusão é morrer. </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Não me tragam estéticas! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Não me falem em moral! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Tirem-me daqui a metafísica! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) — </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Das ciências, das artes, da civilização moderna! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Que mal fiz eu aos deuses todos? </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Se têm a verdade, guardem-na! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Com todo o direito a sê-lo, ouviram? </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Não me macem, por amor de Deus! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa? </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Assim, como sou, tenham paciência! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Vão para o diabo sem mim, </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Para que havemos de ir juntos? </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Não me peguem no braço! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho. </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Já disse que sou sozinho! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia! </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo... </span><br style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: #ebebeb; color: #333333; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!</span> </div>Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8150622414471164865.post-9033607587345449372012-06-10T14:57:00.000-03:002012-06-10T14:57:09.490-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/A6ekKiTXXmI?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="background-color: white; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><span style="color: #666666; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><i>Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo</i></span></span> </div>Emmahttp://www.blogger.com/profile/08557553648906131151noreply@blogger.com0